domingo, 14 de janeiro de 2018

Remédios e Moralidade

Talvez alguns perguntarão: "Por que então alguns crentes tem tais sentimentos negativos sobre os psiquiatras, e são tão fortemente contra seu papel na vida dos cristãos?" Primeiramente, devemos nos lembrar do que foi dito anteriormente, a saber, que drogas psicotrópicas não possuem efeito moral. Elas capacitam o cérebro a funcionar de modo mais normal, mas não podem melhorar nada além do que é físico (o cérebro). Lidaremos mais a fundo com este assunto em uma seção subsequente. Em segundo lugar, enquanto o psiquiatra pode certamente fornecer cuidados de apoio e de psicoterapia, ele não pode lidar com o aspecto espiritual da doença mental a menos que ele próprio seja um crente no Senhor Jesus Cristo. 

Enquanto a medicação e a psicoterapia humana possa fornecer algum alívio temporário, elas normalmente não fornecerão uma solução permanente para o problema, porque há questões espirituais que precisam ser abordadas. O comportamento pode ser explicado e talvez justificado como sendo a manifestação da doença (Enquanto os psiquiatras raramente referem-se a um certo comportamento como pecado, eles costumam dizer que "isso é apenas comportamento", o que significa que é uma ação voluntária, e não uma manifestação de uma doença mental em particular). Certos comportamentos podem ser reconhecidos como prejudiciais, mas o ponto de referência tenderá a ser o homem. Assim, o comportamento pode ser considerado prejudicial para ele próprio ou para os outros, mas geralmente não é visto como um pecado contra Deus. Finalmente, deve-se reconhecer que o relacionamento entre o paciente e o psiquiatra é, por necessidade, muito íntimo. As informações mais privadas e detalhes delicados da vida da pessoa podem ter de ser expostos, e, como tal, o psiquiatra se encontra em uma posição de ter que direcionar a terapia e talvez moldar o pensamento do paciente de um modo que poucos outros teriam a oportunidade de fazer. A maioria dos psiquiatras, reconhecendo a importância das convicções religiosas de um paciente, normalmente não dariam conselhos contrários a elas a menos que percebessem que tais crenças estivessem no caminho de uma resolução do problema. É fácil ver, no entanto, que tal opinião seria baseada na própria percepção que o psiquiatra tem da situação, e se for baseada na sabedoria do homem e não na de Deus, pode muito bem vir a ser contrária às Escrituras. Devemos nos lembrar que "o temor do Senhor é o princípio do conhecimento" (Provérbios 1:7), e isso em qualquer assunto moral e espiritual: nosso pensamento é errado a menos que seja firmado na Palavra de Deus. Que possamos sempre nos lembrar da afirmação em Isaías 8:20: "Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles". Se o homem deve ter uma verdadeira compreensão de si mesmo, ele deve começar com respeito ao Senhor, e reconhecendo que o Senhor o fez, e é a quem ele é responsável.

Assim não devemos confiar na sabedoria do homem, seja por meio de drogas ou psicoterapia, para curar problemas espirituais. Em vez disso, eles devem ser encarados na presença do Senhor. Até mesmo homens incrédulos reconheceram isso. Considere as seguintes observações do Dr. Carl Jung, um contemporâneo de Sigmund Freud:
"Eu gostaria de chamar a atenção para os seguintes fatos. Durante os últimos trinta anos, pessoas de todos os países civilizados da terra me consultaram. Eu tratei várias centenas de pacientes... Dentre todos os meus paciente já na segunda metade da vida -- ou seja, com mais de trinta e cinco anos de idade -- não houve um cujo problema, em última instância, não fosse o de não ter encontrado uma visão religiosa da vida...
"Parece-me que, lado a lado com o declínio da vida religiosa, as neuroses crescem visivelmente com maior frequência...
"O paciente procura por algo que tomará posse dele e dará significado e forma à confusão de sua mente neurótica. O médico seria páreo para a tarefa? Para começar, ele provavelmente entregará seu paciente ao clero ou ao filósofo, ou o abandonará à perplexidade que é o tom especial de nossos dias... O pensamento humano não pode conceber qualquer sistema ou verdade final que possa dar ao paciente o que ele necessita de modo a viver: que é fé, esperança, amor e discernimento..."* (grifos são do autor deste livro)
{* Jung, Carl G., Modern Man in Search of a Soul. (Harcourt, Brace & Co., New York, 1933), pg. 260-262}

Carl Jung claramente reconheceu a necessidade religiosa de muitos de seus pacientes, e de fato, dentro da faixa etária que ele menciona, todos eles evidentemente sofriam de uma falta que nenhum homem ímpio poderia suprir. É possível que o psiquiatra seja um homem mundano sem entendimento da nova vida do crente em Cristo, ou pior ainda, ele pode até mesmo possuir sentimentos ateístas e anticristãos, como Sigmund Freud, a quem já mencionamos. Em tais casos, o psiquiatra (talvez com boas intenções) pode vir a dar conselhos e fazer sugestões que são contrárias à Palavra de Deus, e que, se seguidas, podem causar verdadeiros danos ao cristão. O pensamento humanístico que coloca o "eu" no centro de nossos pensamentos permeou nosso mundo nos últimos quarenta anos, e precisamos estar em guarda contra isto. Que possamos estar mais familiarizados com a Palavra de Deus, que coloca Cristo no centro de todas as coisas!

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