quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A Responsabilidade Moral e a Doença Mental

Devemos nos lembrar de um princípio muito importante, a saber, que Deus sempre nos considera responsáveis pelos motivos de nosso comportamento. Uma criança pequena pode ser mais suscetível a se comportar mal porque não tirou uma boa soneca à tarde, mas pais sábios não aceitarão totalmente tal desculpa para o mau comportamento, mesmo que deem um crédito à falta de uma soneca. Do mesmo modo nós também não podemos jogar a culpa de nosso mau comportamento totalmente sobre uma doença física, embora esta possa tornar mais difícil para nós fazer o que é correto. As Escrituras nos dizem que "o Espírito ajuda as nossas fraquezas" (Romanos 8:26), e isso inclui tais coisas como o transtorno bipolar ou problemas emocionais decorrentes de lesões na cabeça. Além disso, uma doença física, independente de afetar o cérebro ou alguma outra parte do corpo, não pode nos prevenir de seguirmos o Senhor e O buscarmos por ajuda nessa situação. Paulo podia dizer aos coríntios: "Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia" (2 Coríntios 4:16). Da mesma forma, o Próprio Senhor podia dizer a Paulo: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9). Enquanto certamente não é fácil lidar com as capacidades naturais distorcidas, reduzidas ou até mesmo ausentes, ainda assim é uma oportunidade para nós de reconhecermos nossa fraqueza e buscarmos o Senhor para nos dar força e ajuda. Muitos queridos crentes descobriram a verdade disso e tornaram-se vencedores e testemunhas brilhantes para Cristo, mesmo com tais deficiências.

Ao fazermos essas declarações devemos, é claro, distinguir entre o comportamento anormal e o pecaminoso. Como resultado da deficiência mental ou doença mental, um indivíduo pode exibir comportamento anormal que é característico daquela doença em particular. Por exemplo, as fases maníaco-depressivas do transtorno bipolar estão muito além do controle do indivíduo, e causarão certos tipos de comportamento que ele não consegue melhorar. A falta de memória e a incapacidade de raciocinar que acompanham o mal de Alzheimer são características dessa doença, e não há o que possa ser feito. No entanto, o comportamento pecaminoso (aquele que é moralmente errado) é algo que temos controle sobre, pelo menos quanto ao motivo, embora as distorções de nosso espírito, alma e corpo por causa da queda do homem possam tornar mais difícil para nós controlar tais tendências. Sem dúvida há, às vezes, uma linha tênue entre o que é anormal por causa da doença mental, e o que é pecado por causa da nossa vontade e motivos errados que estão envolvidos. O assunto do pecado voluntário e de nossa responsabilidade perante Deus traz-nos à questão dos vícios, os quais trataremos melhor a seguir.

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