segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A Graça de Deus

Nosso bendito Senhor quer que confiemos nEle como aquEle que nos conhece e nos ama. De acordo com isso, sugerimos que o que é necessário, mais do que qualquer outra coisa, para o crente que sofre de doença mental, é um profundo entendimento, na alma, da graça de Deus. Devemos ver que a graça de Deus é Seu favor imerecido, e que ela foi estendida a nós quando não havia nada em nós para amar. Quando vemos que Ele nos ama apesar do nosso pecado (pecado que trazemos sobre nós mesmos pela desobediência), e que Ele enviou Seu Filho para morrer por nós, percebemos quanto amor há em Seu coração para conosco. Vemos mais e mais da verdade de Romanos 8:32: "Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?". Isto não implica que a graça de Deus simplesmente removerá toda a dor da doença mental mais do que Ele remove de nossas doenças físicas. Em vez disso, ele nos mostra que aquEle que enviou Seu Filho para morrer por nós para que possamos passar a eternidade com Ele é certamente capaz de nos ajudar a lidar com questões que têm a ver com nossas vidas aqui neste mundo.

Quando realmente apreciamos a graça de Deus, não iremos chafurdar em auto-piedade, ou tornarmo-nos raivosos, ou desistir em desespero. Em vez disso, aceitaremos tudo de Deus, e assim como o Senhor Jesus no jardim de Getsêmani, usaremos da oportunidade para nos aproximarmos mais do Senhor em comunhão com Ele. Buscaremos a força dEle em vez de encararmos a dificuldade com nossas próprias forças. Outra pessoa expressou isso muito bem:
"Se eu ouvir más notícias... isto me entristecerá e me derrubará, como aconteceu com Paulo, que passou por lutas por fora e temores por dentro. Mas, apesar de tão doloroso, se Satanás não tiver nada em nós, a consequência dessa depressão será comunhão com Deus, em vez de permitirmos que nossas afeições vagueem; estamos na presença de Deus, vigiamos com Ele de modo a falarmos com Ele; mas se este não for o caso, Satanás nos pegará despercebidos em momentos de descuido"*
{* Darby, J. N., Notes on the Epistle to the Ephesians. (The Collected Writings of J. N. Darby, Vol. 27, Stow Hill Ed.), pg. 58}

Mencionamos anteriormente o assunto das más experiências ou dores do passado que podem envolver nosso pensamento e alterar nosso comportamento. Embora seja desejável abordar essas coisas com aqueles responsáveis por elas, isto nem sempre é possível. Creio que possamos colocar essas coisas na presença de Deus, e em Seu entendimento e simpatia poderemos experimentar cura e bênção. O salmista podia dizer: "Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão" (Salmos 63:3). Certamente conhecer e experimentar Sua benignidade (bondade amorosa) é melhor do que qualquer coisa que o homem possa fornecer no que diz respeito à cura. Não temos que viver sob a terrível sombra de dores do passado por toda a nossa vida. Precisamos ser trazidos de volta à cruz onde vemos nosso bendito Salvador lidando com tudo isso por nós, e onde Ele levou o juízo de Deus sozinho, de modo que pudéssemos ser curados. No jardim do Getsêmani, o Senhor Jesus passou por toda a agonia da cruz ao contemplá-la, e o fez sozinho na presença de Seu Pai. Ninguém entendeu realmente o que estava acontecendo, e mesmo assim o coração do Pai foi suficiente para Ele. Saindo daquele lugar, Ele podia calmamente encarar qualquer coisa que o Pai colocasse diante dEle.

Além disso, precisamos contar com a graça de Deus e pedirmos mais dela a Ele se sentirmos necessidade dela. A Paulo foi dado um espinho na carne, provavelmente algo físico, embora o Espírito de Deus não nos tenha dito exatamente o que era. De qualquer modo, isto o incomodava tanto que ele pediu ao Senhor três vezes que o tirasse. A resposta do Senhor foi: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9). Outra pessoa comentou sobre o assunto: "Sabedoria e filosofia nunca descobriram Deus: Ele se faz conhecer a nós através de nossas necessidades; a necessidade O encontra"*. Sem dúvidas, Paulo veio a conhecer o Senhor de um modo que ele não poderia se não tivesse esse problema, na graça que lhe foi dada em conexão com esse espinho na carne. Embora devamos hesitar em sugerir que a doença mental é permitida na vida de alguns de modo a permitir-lhes que venham a conhecer melhor o Senhor, ainda assim sabemos que em nossas necessidades, sejam físicas, espirituais, mentais ou materiais, Deus Se faz mais precioso para nós se tomarmos isso como vindo dEle. Paulo descobriu, como muitos outros crentes, que Deus podia usá-lo melhor em fraqueza do que em sua própria força, pois então ele teria que confiar mais no Senhor e andar em Sua força. Assim como muitos santos de Deus têm necessitado confiar na força do Senhor por causa da doença física, assim o crente pode ir ao Senhor com suas fraquezas e incapacidades mentais, pedindo a Ele a força para ajudá-lo a continuar. Sugerimos que muitos vieram a conhecer o Senhor de uma maneira mais rica e plena ao ver como Ele pode dar a graça para cada enfermidade, até mesmo  para a doença mental.

{* Darby, J. N., Parables of Luke 15. (The Collected Writings of J. N. Darby, Vol. 12, Stow Hill Ed.), pg. 168}

Concluímos esta seção com uma citação de Romanos 8. Nesse capítulo Paulo faz a pergunta: "Quem nos separará do amor de Cristo?" (Romanos 8:35) Ele então continua nos mostrando que nada pode nos separar do amor de Cristo, sejam coisas nesta vida, tais como tribulações, perigos, a espada, etc., ou coisas além do controle humano, tais como os anjos, a morte, as coisas futuras, etc. Eu sugeriria que a doença mental está incluída nessas categorias.

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